quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sal de Laranja & Alecrim

Sempre fui uma curiosa a respeito de sais. Minha cozinha abriga mais de 20 tipos: sais vermelho e negro do Hawaii, rosa do Himalaia, Peru e Bolivia; flor de sal francesa da Guerande e de Maldon na Inglaterra; sais defumados em madeira de antigos barris de carvalho que abrigavam Chardonnay; sais trufados italianos, e por ai vai...

Cada um desses sais confere um toque de sofisticaçao aos alimentos que mais se adequam a cada tipo. O sal negro da ilha de Molokai, por exemplo, realça o sabor de frutos do mar em um modo delicado, sutil. Ja a flor de sal confere ao tomate caqui uma nota especialissima. 

Costumo preparar um sal maravilhoso para temperar, sobretudo, carnes brancas e peixes. Sal marinho perfumado com laranja e alecrim. O lombo de porco grelhado nao precisa de mais nada para ficar perfeito!
Peixes inteiros recebem uma fina crosta deste sal magico antes de serem levados ao forno e revelam um intenso aroma mediterraneo quando prontos...

Experimente este sal especial. Crie a sua propria receita! 
E poste aqui no blog!!!





Sobre o sal...

O sal nasceu com a vida. Seu uso vem de tempos remotíssimos, sendo mencionado nos documentos mais antigos da humanidade. Nos primeiros tempos da civilização, quando não havia a moeda como instrumento de valor e troca, usava-se a pitada de sal como expressão de valor. Na África e Ásia, usavam sal de rocha ou sal-gema. Seu valor era tão grande que era com ele que se pagavam os soldados romanos, remunerados com o "soldo". Escasso e precioso, era vendido a peso de ouro. Em diversas ocasiões, foi usado como dinheiro. Entre os exemplos históricos mais conhecidos figura o costume romano de pagar em sal parte da remuneração dos soldados, o que deu origem à palavra salário. 
Ele já era usado na Babilônia, no Egito, na China e em civilizações pré-colombianas. Nas civilizações mais antigas, contudo, apenas as populações costeiras tinham acesso a ele. Mesmo assim, estavam sujeitas a períodos de escassez, determinados por condições climáticas e por períodos de elevação do nível do mar. A tecnologia de mineração foi desenvolvida somente na Idade Média.

 O sal teve grande impacto na história das civilizações graças ao seu poder de conservar os alimentos. Foi elemento facilitador na sobrevivência e mobilidade das populações. Pescadores salgavam o peixe para armazená-lo, tornando-o acessível longe do mar e durante todo o ano.

No Batismo - Até o início da industrialização e em diferentes civilizações, o sal na mesa significou prestígio, orgulho, segurança e amizade. A expressão romana para exprimir a infidelidade a uma amizade era: “Trair a promessa e o sal”. Desde aqueles tempos, a ausência de um saleiro sobre a mesa representava um certo presságio, tanto quanto o sal derramado. Ao pintar sua famosa “Santa Ceia”, Leonardo da Vinci tratou de colocar diante de Judas um saleiro derramado...
Lutero aboliu o sal do ritual de Batismo na religião protestante no século 16, mas seu uso perdurou no batizado católico até 1973, simbolizando a expulsão do mal e como um sinal de sabedoria sobre o recém-nascido. Ainda hoje, as batatas e ovos cozidos servidos no Pessach, a Páscoa judaica, são regados com água salgada que simboliza as lágrimas derramadas pelos judeus na travessia do deserto, durante a fuga do Egito.

Nas crendices populares e superstições - Daí ao folclore e às lendas populares, foi um pulo: o sal acabou por se tornar um ingrediente obrigatório para afastar demônios e feitiçarias... No Brasil, o tal "banho de sal grosso" pode ser uma expressão para designar proteção contra a inveja e o "mau-olhado". Recipientes com sal e uma cabeça de alho podem ser vistos com frequência não apenas nas casas, mas também no comércio, escritórios, etc...

Diversos povos da antiguidade atribuíram ao sal poderes afrodisíacos e alguns acreditavam que a sua carência reduziria a potência sexual e/ou a fertilidade masculina. Uma gravura satírica francesa do século 16 mostra mulheres de diversas classes sociais numa atividade insólita: debruçadas sobre maridos sem calças, que esperneiam, aprisionados em barris, enquanto elas esfregam com sal, vigorosamente, suas partes íntimas. Que horror!!!

Até hoje é grande o número de lendas e crenças em torno do sal. Algumas delas:

§ O saleiro passado de mão em mão a outra pessoa da mesa traz má sorte. Algumas pessoas nunca entregam o saleiro, mesmo que você pedir. Elas o colocam de volta na mesa, e quem quiser que pegue. No Brasil, os mais supersticiosos recomendam que o sal nem seja levantado da superfície da mesa. Então, usa-se um recipiente grande e você se serve com um colherinha. Nos Estados Unidos, existe o ditado “passe-me sal, passe-me sofrimento”;

§ Jogar sal afugenta os vampiros;

§ Usar um saquinho de sal pendurado no pescoço afasta os maus espíritos;

§ Derrubar sal traz má sorte, a menos que se jogue uma pitada por cima do ombro direito;

§ Para afastar maus espíritos, joga-se sal por cima do ombro esquerdo;

§ Cada grão de sal derrubado equivale a uma lágrima. Para evitá-las, leva-se imediatamente o sal derrubado para uma panela no fogo. Isso bastará para secar as lágrimas;

§ Emprestar ou pedir emprestado o sal (ou pimenta) destrói a amizade. É melhor oferecê-los e aceitá-los como um presente;

§ No oriente médio acredita-se que quando duas pessoas comem sal juntas, formam um vínculo. Por isso, usa-se sal para selar um contrato;

§ No Hawaii, a pessoa que volta de um funeral polvilha sal sobre si mesma, para garantir que os maus espíritos que por acaso rondassem o defunto não a acompanhem em casa;

§ No Japão, espalha-se sal no palco antes de uma apresentação de teatro, para evitar que maus espíritos joguem pragas sobre os atores;

§ Em muitos países espalha-se sal na ombreira da porta de uma casa nova, para impedir a entrada de maus espíritos.

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